quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Atlascar: O Automóvel Português Que Fala e Dispensa Condutor

A equipa da UA, em Abril de 2011.
Quem não se lembra de "O Justiceiro", série televisiva dos anos 80, onde o protagonista (David Hasselhof) conduzia um automóvel de avançada tecnologia? A máquina KITT (Knight Industries Two Thousand) falava, dispensava condutor e conseguia manobrar de forma autónoma. A visão futurista da época pode ter chegado ao "nosso presente", com o Atlascar, um projeto resultante do trabalho de investigação do Departamente de Engenharia Mecânica da Universidade Aveiro (UA). O interesse desta equipa começou com robótica autónoma há já alguns anos, ainda quando desenvolviam o projeto Atlas - com participação ativa em competições e festivais de robôs -, no qual foram aplicadas algumas tecnologias em autómatos de pequeno porte. Foi há uns anos que a equipa de Aveiro decidiu transformar um carro normal numa máquina que fala e envia alertas, tendo-o apetrechado de sensores e atuadores - que permitem o automóvel detetar o ambiente envolvente, como obstáculos, pessoas em movimento ou o tipo de estrada. O GPS indica a rota, mas não assinala os obstáculos e se existe risco de colisão, por exemplo. Agora, imaginemos uma espécie de co-piloto, instalado a bordo que nos vai avisando se saímos da estrada, entre outras coisas. No entanto, sistemas identificadores de uma colisão eminente não são totalmente inéditos na industrial automóvel, embora sejam instalados de forma restrita. Por isso, a equipa quis ir mais longe e o Atlascar foi equipado com tecnologia que atua de forma autónoma, caso a pessoa que esteja no seu interior não aja perante determinadas situações, não respeitar o código ou não travar, permitindo ainda a condução mista. A UA fará uma apresentação do único veículo em Portugal, mostrando aptidões que permitem a condução autónoma, através da exibição dos diversos sistemas percepção baseado em laser, visão artificial e outros sensores que põem em evidência capacidades de deteção e seguimento visual de peões. Durante a demonstração, o automóvel será operado remotamente por uma pessoa que encontrará no exterior e, também, uma outra em condução partilhada entre um condutor e os computadores internos do sistema. Haverá ainda uma apresentação que se baseará na deteção e seguimento autónomo de um peão a uma distância de segurança para ilustrar as capacidades de deteção e condução autónoma. O Atlascar ainda não irá conduzir em ambientes urbanos de forma autónoma em breve; apenas dará assistência à condução. A máquina tem múltiplas funcionalidades, no entanto, não passa de um protótipo por enquanto, porque não só é ilegal deixar um automóvel a vaguear sozinho na estrada sem condutor, como ainda é um projeto que depende de viabilidade industrial, devido à falta de investimentos, num ou várias frentes. A grande novidade deste veículo é o facto de este permitir a condução mista, ou seja, pode ser conduzido por alguém ou ser assegurado na sua totalidade pelos computadores instalados a bordo, caso no interior esteja alguém com deficiências a nível de mobilidade.

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